Review do álbum Evanescence feita pelo site brasileiro Whiplash Net. Escrita por Marcelo Vieira.
Antes tarde do que nunca. Seis anos após The Open Door, Amy Lee quebra o silêncio e coloca o Evanescence de volta aos trilhos com este álbum, auto-intitulado, com lançamento oficial previsto para o dia 11 de outubro. A formação responsável pela gravação – e que deve ser a mesma a se apresentar no dia 2 de outubro no Rock in Rio – conta com os guitarristas Terry Balsamo e Troy McLawhorn, o baixista Tim McCord e o baterista Will Hunt, além, é claro, de Amy no piano e vocais, ou como eu prefiro dizer, cantando e encantando.
Em primeiro lugar, é fundamental desvincular o Evanescence do rótulo de banda adolescente que conquistou quando deu as caras na mídia – muito mais pela figura de Amy Lee do que pela postura musical da banda em si –, caso contrário, vai ser difícil desfrutar do CD da forma adequada. Em segundo lugar, não ouçam esperando que a banda vá render ao vivo como em estúdio. Já ficou provado, inclusive na passagem pelo Brasil em 2007, que no palco o nível é outro.
O álbum começa com “What You Want”, que traz exatamente o que se espera em uma faixa de abertura; coisa simples de assimilar e refrão pra cantar a plenos pulmões. Já “The Change” apresenta formato mais elaborado, com orquestração latente e forte apelo emotivo. O piano vem com tudo nas conduções de “My Heart is Broken”, cuja letra é um desespero só, e “Erase This”, onde o vigor está no refrão desacelerado em relação ao restante da música.
A grandiosa “Lost in Paradise” traz a melhor performance de Amy em todo o trabalho. O que a cidadã canta nesta aqui não é brincadeira não. Acompanhada apenas por seu piano e um arranjo de cordas, a baixinha (1m64) dá o melhor de si. As frases de guitarra em “Oceans” e “Never Go Back” consistem nos únicos momentos de preponderância das seis cordas no CD. Aliás, levando em conta que são dois guitarristas, o instrumento poderia – e deveria – ter sido colocado mais em evidência, conferindo um peso diferencial ao trabalho.
Maior equívoco de Evanescence, “Swimming Home” é um encerramento atípico, com levada de bateria programada e uma mistureba de efeitos desnecessária. Bastaria piano e voz para que a música, que tem uma letra ótima, encerrasse com chave de ouro este álbum que foi tão aguardado e finalmente está em vias de sair. Não sei se merece vaga entre os melhores do ano, mas confesso que gostei mais do que muitos outros lançamentos de 2011. Sem contar que é de longe o melhor CD da banda. Vale a conferida.
Tracklist:
01 – What You Want
02 – Made of Stone
03 – The Change
04 – My Heart is Broken
05 – The Other Side
06 – Erase This
07 – Lost in Paradise
08 – Sick
09 – End of the Dream
10 – Oceans
11 – Never Go Back
12 – Swimming Home