Segunda parte da entrevista feita com Amy Lee no estúdio da Gibson Guitar e disponibilisado pelo site britânico NME Music. Nesta parte da entrevista, Amy Lee tece pequenos comentários e fornece informações sobre cada canção presente no álbum Evanescence, com data prevista de lançamento para o dia 2 de outubro. Confira:
Evanescence faixa por faixa
1. What You Want
Certo, What You Want. O que eu posso dizer sobre essa? Foi uma experiência de composição legal. Tim, Terry e eu foram para a minha casa por um mês. Ficamos só passando um tempo na minha sala, eu estava no piano e eles trabalhavam nos riffs e nos versos instrumentais. Eu só comecei a tocar e meio que aconteceu tudo rápido, sabíamos que estávamos compondo algo legal e estávamos muito empolgados. Foi engraçado: estávamos em dois estúdios, um na sala e outro no sótão, então eu podia ficar trabalhando nas letras enquanto eles escreviam a música, e então nós nos visitávamos e tocávamos. Eu me lembro de ter ficado um pouco envergonhada quandro escrevi a frase... A letra e a melodia, ou só a melodia ainda, de "Do what you what you want". Eu fiquei tipo "cara, vão rir de mim, vão pensar que sou a Janet Jackson, mas que se dane, vou mostrar de qualquer jeito." E eles disseram "Não, está legal!" Fiquei muito feliz de eles terem achado isso porque é muito divertido de cantar isso.
2. Made Of Stone
Essa é uma das músicas mais velhas, é da fase mais eletrônica que passamos uns anos atrás. Eu adoro essa música. Sinto que é forte, desafiadora, malvada, e ficou ainda melhor quando a banda começou a se envolver na composição da guitarra e tudo o mais. Acho que ela saiu de um jeito grandioso quando os caras se envolveram, mas eu sempre amei essa música. Acho que ela tem uma qualidade realmente legal, sombria e sexy.
3. The Change
Essa música foi chamada de Purple por um bom tempo, então eu ainda estou me acostumando a chamá-la de The Change. Essa música veio quando eu e a banda estávamos na pré-produção. Compondo como uma banda mesmo (essa é uma história legal), nós estávamos morando em dois apartamentos em Nashville enquanto fazíamos o álbum, por seis meses, porque estávamos compondo e gravando etc. Tim e eu estávamos em um apartamento; Will, Troy e Terry estavam no outro. Nós queríamos trabalhar algumas ideias, os dois grupos separadamente, e pela manhã iríamos colocar tudo à mesa para escrever uma nova música. E eu falei "vamos usar a mesma afinação da guitarra!" Então se saíssem ideias legais, alguma coisa poderia rolar, quem sabe. Pelo menos estaríamos no mesmo tom. Tim e eu trabalhamos em algo bem legal, algo bem forte e diverso e eu vim com a melodia do refrão. No dia seguinte, os outros caras vieram com a parte das guitarras também muito fortes, e por mais estranho que pareça, a guitarra que eles fizeram e o verso que compusemos funcionaram perfeitamente juntos, as duas partes fortes e contrastantes. Mudamos um pouquinho para se encaixar, mas foi um acidente feliz!
4. My Heart Is Broken
Essa é outra dos tempos em que estávamos fazendo WYW. Na verdade, essa é a primeira música que estávamos improvisando, Tim, Terry e eu. Eu estava tocando a parte do piano na harpa e era bem mais devagar e mais fácil. E na pré-produção começou a ficar mais e mais rápida. Quando fomos gravar, eu pensei "legal" e peguei a harpa e vi "não, não é mais possível, a música já está rápida demais." Então virou uma parte de piano. Na verdade, eu acho que soa melhor com o piano. Fica mais proeminente. É um instrumento mais forte então você ouve mais. Eu amo essa música, é definitivamente uma das mais apaixonadas do álbum. Acho que será o segundo single, espero que sim.
5. The Other Side
Essa é uma que recuperamos com o tempo também. Começamos numa sessão alguns meses antes mas não foi finalizada. Então trabalhamos com a banda e realmente foi se estruturando. Essa é uma música legal que todos nós realmente gostamos. Como grupo, essa é uma de nossas favoritas no álbum e de tocar também. É uma música muito divertida de tocar. É sobre perda, mas não tanto sobre luto. É sobre se comprometer em estar junto de alguém de novo em uma nova vida.
6. Erase This
Costumava se chamar Vanilla. Também estou me acostumando com esse nome. Essa é uma das últimas mesmo que foram finalizadas. Eu estava escrevendo letras durante o processo de gravação. Eu sempre tinha tema de casa: trabalhávamos no estúdio e eu ia para casa para terminar as letras para as músicas antes de chegar lá. O que foi muito louco: eu não faço isso. Sempre tem um pouco de composição no estúdio, mas eu geralmente tenho as músicas bem elaboradas na minha cabeça vocalmente antes. Mas como escrevemos muita coisa na pré-produção, eu ainda tinha que compor as letras. Elas me consumiram bastante tempo. Havia a música e a melodia, mas tinha que passar por um momento profundo sozinha.
7. Lost In Paradise
Eu diria que essa é a música mais intimista do álbum. Ela veio daquele período difícil em 2010 quando eu estive perdida, senti que tinha perdido o foco por um momento. E é legal porque a música é quase uma desculpa aos fãs por estar longe. É como se "aqui está porque eu precisei fugir, mas eu sinto saudade disso tudo." É difícil e é doloroso às vezes, é essa coisa enorme, mas sou eu e meu coração. É também nossa relação. Eu quero isso de volta.
8. Sick
Essa foi a primeira que escrevemos quando fizemos uma sessão de improviso com a banda mesmo, cerca de um ano atrás. Eu estava muito empolgada para escrever. às vezes você está numa sala com um grupo de pessoas e tenta compor uma música com todos juntos, mas não funciona. Quanto mais cabeças estiverem pensando, às vezes mais sem união a coisa fica com direções aleatórias. Esse foi um momento muito legal porque senti descobrimos que estávamos no mesmo momento e que essa banda toda poderia escrever junta. Isso foi muito bom para mim porque, novamente, não era o que eu estava acostumada a fazer e não foi o que eu fiz durante boa parte da minha vida. Nessa banda, as coisas sempre foram bem particulares, um a um mesmo, sozinhos. Na verdade, a maioria das vezes eu estou com alguém; não escrevo as partes das guitarras. De qualquer forma, quando escrevemos Sick, foi uma experiência que não sabíamos se iria dar certo, e eu me lembro que todos ficaram muito empolgados no final porque amamos essa música. Mas para mim foi o momento em que pensei "sim, nós podemos fazer isso, vai ser divertido."
9. End Of The Dream
É sobre a vida. O fim do sonho é a morte, sabe. É sobre a jornada e é sobre, de novo o ponto recorrente, não ter medo e viver bem a sua vida porque ela não durará para sempre. Acho que é algo que aparece bastante em nossa música porque é algo que realmente sinto. É engraçado porque estou sempre dizendo isso para mim mesma. Não é como se você aprendesse alguma coisa e dissesse "oh, claro." Você precisa fazer um esforço constante para se lembrar de coisas em que acredita, sabe? Então eu acho que esse tema sobre não ter medo... A vida não dura para sempre. Isso aparece muito, e a música é sobre isso.
10. Oceans
Acho que é uma música muito legal com um gosto de novas direções, mas ao mesmo tempo ela tem todo o clima do Evanescence. Ela tem um grande teclado sintético Moog. Nós usamos cinco teclados para conseguir aquele som. Eu realmente gosto dessa música porque tem um som diferente e eu meio que me apaixonei por instrumentos antigos nos últimos anos, então foi legal poder usar essas coisas. Eu acho que é uma grande música épica. De todas as músicas, essa é uma das quatro que escolhemos tocar ao vivo. Fizemos alguns shows recentemente e acho que fomos bem. Eu gostei! É divertido tocá-la.
11. Never Go Back
Ela foi inspirada pelos terremotos e tsunamis no Japão. Enquanto estávamos escrevendo muitas músicas na pré-produção, esse fato aconteceu e eu me lembro que assistimos à TV e olhamos fotos na TV. Nós ficamos... Eu me inspirei e sentindo uma empatia, ou simpatia, e pensando "nossa, como seria passar por isso?" Estava me colocando na situação, meio que acidentalmente quando vou para casa e faço o meu tema trabalhando nas letras. Eu só estava escrevendo sem pensar no motivo e depois de um minuto eu pensei "oh, okay, estou pensando no Japão e cantando sobre o Japão. Por que não deixar essa música ser sobre essa história?" Ela é sobre perder tudo e a vida além do seu controle.
12. Swimming Home
É definitamente a imagem mais fiel daquela fase eletrônica bem diferente pela qual eu passei por um tempo. Eu amo essa música. Acho que expressa uma emoção nova para mim, para o Evanescence, porque ela é triste, é um adeus. É meio como The Other Side, a faixa 4, a partir da perspectiva da pessoa que está indo para a outra vida. Mas ela traz paz. É uma aceitação dessa coisa louca e gigantesca que me fascina, me faz pensar "vida, morte, o que vem depois? e o que tudo significa?" É uma aceitação de um sentimento de paz, como a calmaria após uma tempestade..