Dinâmicas do Evanescence...Amy Lee é um raio de sol, uma daquelas pessoas cuja jovialidade é contagiosa. Quando você encontrá-la, ou falar com ela ao telefone, ela imediatamente sorrir e te coloca de bom humor. Ela é educada, simpática, voluntária e sincera em suas respostas.
Na ocasião do lançamento do álbum homônimo do Evanescence (11 de outubro), tivemos um bate-papo com a cantora da banda e discutimos, entre outras coisas, a gênese desse álbum, que levou nada menos que dois anos para ser lançado. Ela, por exemplo, descreve uma dinâmica de grupo muito nova, negando a idéia de que Evanescence é o projeto solo de Amy Lee. Já as letras, que representam uma tomada terapêutica, permitindo-lhe fazer a paz com os momentos mais sombrios de sua vida.
Realizados dois dias antes do aniversário triste da tragédia do World Trade Center, esta entrevista permitiu Amy Lee para expressar sua emoção em relação a esteevento.
À entrevista.
Radio Metal: Como vai?
Amy Lee: Estou bem, como vai você?
Estou bem, obrigado. É o fim da semana então estou bem!
Sim, eu também! Eu estive fazendo essa tour promocional por quase duas semanas e hoje é o ultimo dia.
Deve ser chato!
Sim, meu cérebro está frito! Eu disse as mesmas coisas tantas vezes, eu nem mesmo sei o que significam mais! (ela ri)
Sim, posso imaginar isso...então me desculpe desde já se eu perguntar algumas coisas que já respondeu...
Oh não! Obrigado por ajudar a promover a gravação. Estou muito, muito orgulhosa disso.
Ok, então vamos lá. De acordo com o que eu pude ler na internet você entrou em estudio em fevereiro de 2010 com Steve Lillywhite, mas aparentemente a orientação mais eletronica não agradou sua gravadora que pediu a banda pra reiniciar o album do zero. Por que você aceitou obedecer esses requerimentos?
Não foi como aconteceu. Você não devia tirar todas as suas informações da internet, sabe? (ela ri) Aqui como aconteceu: foi em 2007, terminamos a turnê com o The Open Door e eu não tinha um plano. Não não nos estabelecemos pra fazer uma gravação especifica. Eu tinha acabado de me casar e levei um tempo completamente fora e até mesmo considerando a possivilidade de nunca mais gravar nada. Mas então, sabe, eu amo a música, então comecei a escrever novamente, eu não sabia pra que era aquilo. Era apenas pra mim. Naturalmente eu escrevi algumas músicas que realmente amo, mas algumas delas eram mais para o Evanescence e algumas não. Eu acho que se elas vão ser pro Evanescence, ela tem que ser rock. Então eu não podia fazer tudo sozinha, tinha que ter a banda, então a banda veio mais e mais a foco. Mas quando entramos no estudio pela primeira vez, elas não estavam terminadas. Na verdade não tinha o que fazer com a gravadora. Não era o encaixe certo com o produtor. Foi muito agradavel, mas realmente não era o encaixe certo e mais importante que isso, eu realmente aprendi que entramos (no estudio) muito cedo, não tinhamos terminado de compor. E não começamos do zero. Ainda temos algumas músicas daquele tempo na gravação. Apenas permanecemos trabalhando nisso e deixamos a banda mais em foco.
Vocês tem algumas músicas com um som mais eletrônico que não estão nesse álbum e que serão lançadas algum dia?
Sim, acho que sim. Algumas delas estão numa direção um pouco diferente, algumas são como Björk eu acho, mas diferentes também...é dificil descrever. Resumindo elas são mais simples, apenas eu no piano por que eu escrevi muitas assim. Eu não sei o que exatamente eu vou fazer com as músicas mas há algumas delas que eu realmente amo muito...Elas não se adequam a essa gravação no entanto. Eu acho é muito possível que eu faça algo solo, ou algum projeto paralelo ou algo desse tipo no futuro.
Você afirmou que com esse álbum, foi a primeira vez que a banda trabalhou coletivamente. Essa é a razão por que esse album é homônimo? Se sim, esse é um novo começo para a banda?
Sim, essa é a principal razão dele ser homônimo, você entendeu (ela ri). É uma gravação mais direcionada a banda. Que se tornou o nosso foco mais e mais, e eu acho que soamos como uma banda mais forte do que nunca. Essa é a mesma formação que tivemos quando estavamos fazendo turnê e tudo mais voltado pra tour do The Open Door, e eu lembro que no fim daquela turnê pensei "wow, essa é melhor turnê que já fizemos. Esse é a banda mais próxima que tivemos musicalmente." Cresci muito como musicista também, então isso é uma parte. Eu sou uma musicista melhor do que fui quando tinha 21 anos e estamos fazendo turnê pela primeira vez com certeza, ao menos eu espero! Mas esse é exatamente o grupo que eu queria, e eu estou tão feliz que todo mundo ainda está aqui e todo mundo está se tornando cada vez mais parte disso por que cada um dos cara são músicos muito bons. Todos eles trazem algo real e único pra mesa e eu adoro que nessa gravação, você pode na verdade ouvir cada membro da banda, você consegue ouvir seu estilo dentro disso.
Quando olha para os seus albuns anteriores, você acha que eles sofreram por não ser um esforço colaborativo?
Hmm...bem, eu não acho que eles tenham sofrido...foi apenas um tempo diferente.
As letras e os títulos das músicas são geralmente muito tristes nesse album. Você tem músicas tipo "My Heart Is Broken", "End Of The Dream", e então músicas tipo "Erase This", "Never Go Back"... parece que esse album é sobre superar os momentos mais obscuros da sua vida, como rupturas ou o fim de relações próximas e sobre virar a página e seguir em frente. Você concorda com essa análise?
Bem, você está certo sobre essas músicas. É divertido, eu fiz outra entrevista hoje e o cara disse: "Eu fiquei sabendo que esse album é bem menos depressivo que seus outros albuns. É tão otimista!" Eu fiquei tipo "Sério?". Eu acho que ouvimos isso de uma maneira muito diferente, o que é bom. Ela tem um pouco de tudo. Eu acho que o album é muito dinâmico. Ele definitivamente tem essa profundidade, músicas obscuras como você disse, como superar os momentos mais obscuros na sua vida, está certo, por que isso é o que me inspira a escrever. Eu sinto como se ele generalizasse a maior e algumas vezes as coisa mais dolorosas que eu já senti que me fazem escrever uma música e me libertar. Sabe, eu sinto como se toda vez você possa transformar algo que você está passando quando é dificil numa bela música. Isso me faz sentir em paz com essa situação.
Você está falando sobre a sua própria vida nesse álbum? Você teve algumas experiências ruins antes de escrever esse album?
Com certeza, sim, com certeza, mas não foram momentos épicos. Sabe, a vida é cheia de altos e baixos de emocões. Não existe o "felizes para sempre". Estou casada e eu num lugar emocional muito bom, estou muito feliz, mas a vida pode ser dificil algumas vezes, e eu mantenho isso em mente.
Esse album é apenas um modo pra você explicar o que você experimentou ou é também um modo de dar aos ouvintes alguns conselhos para superar seus problemas?
Sabe, é divertido. Eu acho que esse album serve para os dois naturalmente mas eu estou realmente escrevendo pra mim. Eu não quero fazer isso, mas algumas vezes quando estou escrevendo como uma compositora eu estou apenas tentando descrever como me sinto, mas muitas das vezes no fim isso soa como um tipo de discurso motivacional, como estou dizendo "Ei, isso é o que você devia fazer com sua vida", e estou falando pra mim. Estou me dizendo como ficar melhor, me consolando, apenas me curando e me empurrando e tentando sempre encontrar a felicidade. Isso é sempre o que estou fazendo quando estou fazendo uma música. O que é legal sobre isso é que eu acho que nossos fãs ouvem isso e tem o mesmo sentimento de cura pela música também quando eles estão passando por um momento dificil.
Então é como uma terapia?
Sim. É o que realmente isso é pra mim."Toda vez você possa transformar algo que você está passando quando é dificil numa bela música. Isso me faz sentir em paz com essa situação."
Chamando esse album de Evanescence, é também um modo de dizer "isso é pura música do Evanescence" e provar que o Evanescence pode existir sem o Ben Moody?
Sim, eu acho que provamos isso a muito tempo atrás. Eu realmente provei. Eu acho que provamos isso com o The Open Door.
Por curiosidade, você ouviu as músicas do seu novo projeto We Are The Fallen?
Na verdade não ouvi. Desculpe.
Seu baterista Will Hunt é como um pistoleiro contratado, sempre tem um monte de projetos diferentes ao mesmo tempo. Isso irrita você?
Não! Não, eu o amo, ele é tão talentoso. Se estamos fazendo algo, ele quer estar aqui conosco. Ele está no Evanescence de verdade. Ele grava bateria pra um monte de bandas diferentes por que é divertido! Sua mente funciona a milhões de milhas por hora, e ele tem que ficar ocupado, ele tem que ficar tocando, ele adora tocar. Então especialmente no tempo entre as gravações pra nós, eu o encorajei a fazer tudo que ele quisesse fazer, como todos os caras. Mas ele sempre diz que essa é a sua casa, essa é a banda que ele realmente sente que é sua banda, sua casa.
O clipe da música "What You Want" meio que conta a história da banda e mostra vocês em clubes pequenos. Você sente falta desses shows intimistas?
Sinto algumas vezes. Quando gravamos o video, eu o senti muito real. Fãs de verdade vieram pra estar no video, e eu senti muito como se fosse um show, como um daqueles pequenos shows novamente. E eu tive uns sentimentos muito nostalgicos. Eu adoro isso, a energia disso é muito incrivel quando você está tão próximo dos fãs, mas eu também adoro muito um grande palco, onde eu possa colocar mais instrumentos e engrenar lá em cima e colocar um piano de calda. Quando tocamos de novo esses dias, nós teriamos ou que tocar sem o piano ou eu teria que tocar um teclado, e...só não era o mesmo (ela ri). E gosto de ter o espaço pra correr e ter toda a produção que gostamos de ter e que se adapte a nossa música tão bem.
Você quer tocar em clubes pequenos outra vez? Recentemente a banda Muse disse que eles estão sentindo falta daquele tipo de shows e que na próxima turnê gostariam de tocar em pequenos clubes. O que acha dessa ideia? Você faria algo do tipo?
Eu acho que isso é muito interessante. Tocamos em uma variação de tamanhos. A primeira turnê que faremos é em Outubro e novembro...não são em arenas! Eu digo, eu nem mesmo sei se vamos fazer isso. Estamos pegando lugares pequenos no propósito de ter um tipo de sentimento de intimidade para a primeira fez que voltamos a interagir com os fãs antes que possamos fazer shows maiores no ano que vem.
O Evanescence fez covers de um monte de músicas, especialmente no palco. Podemos esperar novos covers na sua próxima turnê?
Na verdade estamos agora mais focados no nosso material. Agora, temos muitas músicas... Iremos tocar a noite toda (ela ri) se tentássemos tocar todas as nossas músicas favoritas do Evanescence. Então acho que por um tempo não vamos fazer covers.(Sobre os eventos do dia 11-09) "Nós talvez só não vemos muito isso no nosso próprio quintal e não achamos que isso possa acontecer em Nova York como foi aquilo. Foi só tipo, inacreditável. Eu lembro quando aconteceu. Não parecia real."
No começo da sua carreira, você lançou um album chamado Origin. O status dessa gravação é vago e as pessoas nos foruns ainda se perguntam se você lançou 3 ou 4 albuns. O que o Origin é pra você, é um demo ou um album completo?
Sim, ele não foi uma gravação de verdade, fizemos ele em casa. Era a gravação que costumávamos vender nos nossos pequenos shows no começo em Little Rock e nas redondezas. Então é divertido, pessoas estão tipo "então, esse é o seu quarto ou terceiro album?" e eu tipo "não, é o nosso terceiro". Mas sim, as pessoas primeiro conheceram nossa música na internet. Eu acho que existem muitas cópias, de velhas demos e coisas por aí que as pessoas colocam um logo e fazem parecer um cd quando na verdade não é!
Ok, ultima pergunta. Fazem 10 anos desde os eventos em 11-09. Você tem alguns pensamentos pra compartilhar sobre isso?
Wow. Isso me coloca no local...é muito real. É algo que mudou tudo. Coisas horriveis acontecem por todo mundo o tempo todo. Eu acho que nós talvez só não vemos muito isso no nosso próprio quintal e não achamos que isso possa acontecer em Nova York como foi aquilo. Foi só tipo, inacreditável. Eu lembro quando aconteceu. Não parecia real. Parecia com algum filme de horror. Foi uma perda incrivel, e totalmente aterrorizante, devastadora. E eu acho que como um todo, pelo menos a America, ficou em estado de medo desde então. Eu espero que possamos continuar tentando curar um pouco e não ficar com medo sempre. Isso é péssimo. É terrivel, por que eu não entendo o ponto. Por que você iria e mataria a monte de gente que você nem mesmo conhece? Isso é apenas uma perda total.
Isso soa como se aquele evento tivesse realmente machucado você naquele tempo, você soa muito emocionada com isso.
Eu acho que sou uma pessoa muito emocional no geral (ela ri). Me faça começar algo sério e eu te escrevo uma canção sobre isso!
Aquela foi a minha ultima pergunta, é tipo um fim triste para uma entrevista! (risos)
Eu sei! (ela ri) Na mesma nota: É BOM ESTAR DE VOLTA!
Ok, então você vai ter algum descanço depois de todos esses 12 dias de entrevistas?
Sabe, vou, mas hoje a noite, há outra festa...eu fui a uma festa na ultima noite...
Então esse é o por que de você estar tão cansada!
Eu pareço cansada? Não, foi por que eu disse que eu fui... na ultima noite foi uma festa da gravadora, então eu fui a ela e fiquei muito tempo e bebi muitos drinks. Então hoje vamos fazer toda essa coletiva e hoje a noite teremos uma festa com fãs o que é minha favorita. Vou poder encontrar muitos de nossos fãs de novo e ouvir novas músicas com eles. Eles vão ter que ouvir novas músicas pela primeira vez, então estou muito, muito animada com isso.
17 de setembro de 2011
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[EDIT] Metal Radio: Dinâmicas do Evanescence...
Postado por Victor às 02:37 Visualizações:
Amy deu uma entrevista, por telefone, à Metal Radio, a mesma que há pouco tempo publicou uma review do novo álbum. A entrevista tem como tema central o processo de gravação do novo álbum. Confira a tradução da entrevista:
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